setembro de 2015
REFLEXÕES EM TORNO DA ARTE (AFRO) BRASILEIRA
Redação
fotos MANDELACREW
O debate Reflexões em torno da Arte (Afro) Brasileira, promovido no último dia 19, na Galeria Emma Thomas, em São Paulo, em uma iniciativa envolvendo representantes do próprio espaço, a revista O Menelick 2° Ato e a Cubo Preto Arte e Educação foi extremamente produtivo e generoso. Tal qual sugere o nome da atividade foram trazidos para o cerne da discussão modos de se pensar e fazer arte brasileira, tendo como foco territórios pouco explorados como a matriz africana.
Aproximadamente 30 pessoas participaram do encontro mediado pela artista plástica e pesquisadora Renata Felinto – que teve como debatedores os artistas visuais Jaime Lauriano, Rodrigo Bueno e Peter de Brito.
Entre as muitas questões levantadas destaque para a urgente necessidade de uma revisão da História da Arte tal qual a conhecemos; assim como a urgência de uma compreensão mais nítida e plural da arte que é feita hoje no Brasil; a ampliação de uma narrativa que de fato considere que não somente homens brancos sejam reconhecidos como humanidade que produz e propaga a arte, mas todas as demais humanidades, povos de todo mundo, gentes de todos os gêneros ou identidades de gêneros, entre outros.
“Foi maravilhoso e inspirador – um grande enriquecimento para nosso pensamento e fiquei também o domingo todo digerindo. Aprendi muito. (…) Para nós é importante esta compreensão também das dificuldades de um espaço cultural que utiliza a venda e mercado para sua sobrevivência (é sempre uma batalha defender o porque ser uma galeria. Entendemos o pré-conceito e a bagagem histórica que este ‘lugar’ representa, mas em todos os cantos do mundo pipocam locais que transcendem rótulos; esta é a intenção”, disse Juliana Freire, uma das representantes da Emma Thomas.
Ainda sobre o prisma de uma galeria brasileira inserir tal discussão em seus domínios e das reflexões surgidas no encontro, Renata Felinto resumiu: “Creio que foi pulsante, urgente e inovadora do ponto de vista do lugar de discussão a que se propõem as galerias. Se no exterior pensar ‘minorias’ e seus discursos é uma realidade e é um mercado frutífero, no Brasil esse diálogo ainda é tímido e incorremos no apontamento do vitimismo, como vimos por parte de um participante. Ao mesmo tempo, importante as vozes dissonantes, pois, demonstram que há necessidade de novas percepções e de desacomodação dos lugares estabelecidos”.